Carreira

As Soft Skills devem ser prioridade?


8 minutos de leitura


Resumo

Se um profissional possui a capacidade técnica, mas não a social, ele fica para trás? Afinal, as Soft Skills devem ser prioridade? Confira neste post


As Soft Skills, ou habilidades interpessoais, são um conjunto de atributos e competências positivas ligadas ao comportamento humano. Cada vez mais, essas características são vistas por recrutadores como essenciais, possuindo o potencial de melhorar o desempenho e a produtividade de um profissional, além de melhorar seus relacionamentos e torná-lo mais sociável no dia a dia. E elas também são critério de desempate para muitos empregadores durante uma entrevista de emprego.

Em geral, as habilidades interpessoais estão ligadas à inteligência emocional, mas também incluem habilidades como comunicação e escuta, resolução de conflitos, bom relacionamento em equipe, colaboração e cooperação, ética de trabalho, capacidade de tomada de decisão, gentileza, abertura para feedbacks, entre outros.

O problema é que essas habilidades são subjetivas, ou seja, difíceis de quantificar, pois representam algo diferente em cada pessoa. Além disso, as Hard Skills, ou habilidades técnicas, também são vistas como essenciais para executar o trabalho com sucesso e poder cumprir tudo o que é solicitado.

Então, se um profissional possui a capacidade técnica, mas não a social, ele fica para trás? Afinal, as Soft Skills devem ser prioridade?

Em que momento as Soft Skills se tornaram relevantes?

Bem, até agora vimos que existem dois conjuntos de habilidades buscadas por uma empresa: as hard skills, que podem ser encaradas como a capacidade técnica para realizar um trabalho, e as soft skills, uma reunião de características sociais e emocionais com potencial de tornar o profissional mais sociável, flexível e produtivo durante uma rotina de trabalho e interações em equipe.

Certo, mas o que mudou para que esse tipo de característica seja tão buscada hoje em dia? Afinal, parece um pouco óbvio que em um mundo que valoriza tanto a formação superior e acadêmica e possui o QI como único medidor de inteligência sempre colocasse as habilidades interpessoais em segundo plano

A verdade é que, nos últimos anos, as empresas e organizações passaram a criar uma ideia diferente das Soft Skills, que eram vistas como tão fundamentais no trabalho quantas as atividades técnicas. Um dos motivos para essa mudança de perspectiva foi a popularização do conceito de Inteligência Emocional, pelo psicólogo Daniel Goleman, nos anos 1990.?De forma simples, a Inteligência Emocional é a capacidade, inata ou desenvolvida, de identificar, compreender, rotular,?expressar e regular emoções humanas de maneira saudável e produtiva. Ou seja, em uma situação de estresse, um indivíduo com inteligência emocional poderia ter mais controle sobre suas atitudes, possuindo uma capacidade de resolução de conflitos acima da média. E dentro de empresas que valorizam o trabalho em equipe, esse tipo de habilidade passou a ser vista como essencial

Então, o que Goleman fez foi demonstrar que não existe uma correlação clara e proporcional entre QI e sucesso profissional, e que é possível ter inteligência ou capacidade técnica acima de média, porém não possuir as habilidades interpessoais necessárias para se desenvolver plenamente no dia a dia e trazer resultados relevantes para uma empresa.

Sim, as Soft Skills importam! E agora?

 

Ok, então Goleman estava certo. Especialmente em um mundo globalizado e digital, em que as relações sociais são tão importantes, as habilidades interpessoais importam, e se tornam especialmente atraentes na hora de decidir por contratar ou não um funcionário. Além disso, está claro que elas vêm sendo vistas como tão importantes quanto a habilidade técnica e a inteligência tradicionalmente admirada. É um fato, está acontecendo.

O problema é que, por serem tão subjetivas e específicas, muitas vezes as Soft Skills tornam-se ambíguas e difíceis de medir, tanto para empresas e recrutadores quanto para o próprio profissional. Então, o que fazer para medir ou desenvolver esse tipo de habilidade?

Em 2019, a pesquisa Global Trends Report, do Linkedin, apontou que 92% dos gestores de Recrutamento e Seleção acham que as soft skills são igualmente importantes, senão mais importantes, que as hard skills. Além disso, 80% deles pensam que as habilidades sociais são cada vez mais essenciais para o sucesso de uma empresa, enquanto 89% das “contratações ruins” foram atribuídas a funcionários com habilidades interpessoais consideradas ruins.

Já uma pesquisa da Harris Poll mostrou que as empresas preferem um profissional sem experiência, mas com as Soft Skills certas, do que alguém com experiência ou habilidade técnica, mas sem habilidades sociais. Ou seja, a resolução de conflitos e a empatia podem ganhar do QI.

O dilema das Soft Skills para empresas e profissionais
 

Porém, existe um outro lado da moeda, que também é demonstrado por relatórios e estatísticas. Isso porque, embora sejam cada vez mais importantes, as habilidades interpessoais ainda permanecem confusas para empresas e profissionais, principalmente porque são difíceis de medir.

Em outra pesquisa realizada pelo LinkedIn, dos profissionais de RH entrevistados, apenas 41% afirmaram que sua empresa possui um processo formal de avaliação de Soft Skills. Já 57% dos entrevistados disseram que lutam para avaliar com precisão as habilidades pessoais, e 68% pontuam que os indicadores sociais no processo de entrevista são o principal método de avaliação.

Além disso, a maioria dos profissionais alegaram que existe uma dificuldade de medição dessas habilidades, afinal, uma dúzia de perguntas bem elaboradas, por mais que possam ser eficazes, também podem receber perguntas prontas e ensaiadas. Então, como saber se aquele candidato realmente possui as habilidades tão buscadas pela empresa? Como se comprova algo assim?

Esse pode ser um dos motivos que explica porque as Soft Skills nunca foram prioridade antigamente: uma vez que o que importa é aquilo que podemos ver e medir, as hard skills acabam se destacando como algo mais certo, mais palpável. Assim, elas acabam sendo os fatores escolhidos para medir sucesso, lucro, crescimento e produtividade. É como medir o sucesso pessoal apenas considerando dinheiro e status, mas sem nunca considerar o fator felicidade.

Então, quando falamos em Hard Skills e Soft Skills, é possível que estejamos atrelando o sucesso profissional às habilidades técnicas simplesmente porque elas são mais fáceis de medir? Provavelmente sim. Mas isso não significa que tudo esteja perdido. Existe um jeito de resolver esse dilema.


O que fazer para desenvolver suas habilidades interpessoais?


Certo, tudo o que vimos até aqui nos demonstra claramente que as Soft Skills são fundamentais para um mundo digital. Podemos ter um vislumbre disso quando pesquisamos sobre novos tipos de liderança. No relatório “Meet your new leaders: Supportive, creative, and employee-focused”, divulgado pela McKinsey em 2020, pesquisadores mediram a mudança em pontos percentuais no comportamento dos líderes mais bem-sucedidos após o começo da pandemia de coronavírus.

Assim, entre os resultados, houve um aumento de 25% em comportamentos de “apoio e cuidado”, de 15% em demonstrações de “empoderamento e confiança” e 14% em “tomada de decisão rápida e sob um cenário ambíguo”. Ao mesmo tempo, comportamentos de liderança herdados do mundo analógico de comando e controle caíram drasticamente, como “promover competição interna entre times” (-15%) e “exercitar liderança autoritária” (-18%).?Ou seja, o estudo nos dá a dica: lideranças fortes possuem muita inteligência emocional e uma boa dose de habilidades interpessoais.

Então, quais são os desafios da empresa para conseguir resolver a questão da medição dessas Soft Skills, e como um profissional pode estar preparado para um mundo em que elas são tão requisitadas? Podemos dizer que esse caminho é composto de quatro passos principais. São eles:

  • Encontrar um consenso claro sobre quais são as Soft Skills buscadas pelas empresas;
  • Descobrir formas de medir as Soft Skills dos colaboradores;
  • Desenvolver metodologias para treinar essas habilidades interpessoais (e medir constantemente sua evolução);
  • Quantificar o impacto das Soft Skills nos resultados de negócio e achar as relações mais positivas entre comportamentos e resultados;
  • Por fim, buscar estudar sobre Inteligência Emocional e desenvolver as Soft Skills necessárias para seu crescimento pessoal e profissional.

É claro, tudo isso leva tempo. Porém, com o direcionamento certo, e a atenção cada vez mais aguçada para os aspectos humanos dos profissionais, certamente as Soft Skills ainda podem revolucionar muito a forma como nos relacionamos e construímos nossas organizações, não apenas focadas em resultados, mas, acima de tudo, em conexões. 

A DataTech é uma escola com cursos de Ciência de Dados e Tecnologia que tem o propósito de ajudar você a avançar na sua carreira e nos seus projetos pessoais. Com foco no que realmente importa, fazemos uso de exemplos reais e conhecimentos da Psicologia e Neurociência para ajudar você a desenvolver tanto suas habilidades técnicas quanto suas Soft Skills. Conheça nossos cursos 100% ao vivo e online!



FALE CONOSCO


Endereço

Av. Paulista, 2002
São Paulo - SP

Telefone/WhatsApp

+55 11 94999-8811

Email

contato@datatechclub.com